segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Da minha relação com a máquina do pão

No seguimento do post anterior, por acaso não estava a pensar especificamente na Bimby, ao contrário do que alguns julgaram e outros me disseram. Porém, pode estar perfeitamente incluída nos ditos electrodomésticos. Porque não?

Sobre a Bimby já falei neste post e já dei a minha opinião. Não tenho mais a acrescentar, nem a retirar.

Mas posso, por exemplo falar, de um outro electrodoméstico que tenho, que alguns consideram "da moda" (eu também concordo que sim): a máquina do pão ou mfp.


Não é preciso procurar muito. Basta ir a um qualquer motor de busca, inserir "pão na mfp". Temos um sem número de testemunhos a falar do pão ultra, mega, maravilhoso que a máquina panificadora faz lá na sua cozinha.

"Lá na sua cozinha", digo bem. Porque na minha não faz!

Como máquina panificadora doméstica deixa muito a desejar.

E digo isto com grande convicção, porque até fiz questão de comprar uma máquina boa, eleita pela Proteste como a melhor do mercado na altura.

E digo isto porque, num espaço de 1 ano e pouco, já experimentei fazer um sem número de pães, com muitas e diferentes farinhas, seguindo sempre à risca as medidas das receitas, a ordem dos ingredientes e utilizando todo o tipo de fermentos.

Já experimentei desde as farinhas sem serem pré-preparadas às outras. Destas últimas, já usei da Nacional, da Branca de Neve, do LIDL, do Continente, eu sei lá que mais...

Já experimentei desde o fermento seco ao fermento fresco.

E acho que que já tive tempo, com tão vasto número de experiências, para fazer pelo menos um único pão na mfp que eu pudesse dizer: "Este é de comer e chorar por mais!"

O problema não está na máquina, nem na falta de experiência ou possível falta de jeito.

O melhor pão que fiz até hoje na mfp, fi-lo na semana passada, com farinha pré-preparada do LIDL (Ciabatta), que experimentei pela primeira vez, e onde fugi um bocadinho à receita do pacote.

Consegui um pão que não se esfarela, a massa ficou mais leve e, por conseguinte, o pão mais fofinho. Portanto, bastante razoável. Foi o melhor de todos. Mas não posso dizer que ficou maravilhoso. Ficou muito melhor que os anteriores. E hei-de repetir a receita mais vezes.

Curiosa como sou, as minhas experiências já foram além-pão na mfp.

Já experimentei fazer compotas, mas também aí não me convenceu e tive de acabar de fazer o doce no fogão.

Já experimentei fazer arroz doce, seguindo uma receita que vi na net, e ficou uma bela porcaria. Foi direitinho para o lixo.

Bolos nunca fiz e cozinhados nunca me aventurei, apesar de já ter lido muitos testemunhos de quem já tenha experimentado e gostado.

Desde que a comprei, não há praticamente semana em que a mfp não trabalhe.

E sim, faço muitas vezes pão nela, quando o tempo é escasso. Porque é só meter tudo lá para dentro e umas horas depois a máquina apita a avisar que o pão está pronto. E é bom ter pão quente à hora que se quer.

Mas volto a dizê-lo: como máquina panificadora não convence. Agora como ajudante de panificação, só lhe posso tecer os maiores elogios.

Ela é óptima para amassar... poupa-me imenso trabalho.

Graças a ela, descobri a maravilha que é fazer pão no forno cá de casa. Esse sim é uma maravilha. E massas para outros fins culinários, como por exemplo pizzas, sem quase trabalho nenhum.

Por isso não posso dizer que foi um mau investimento. Mas também não posso dizer que foi o melhor.

A máquina acaba por ser muito prática para quem quer ter pão fresco todos os dias, sem ter de levantar o rabiosque mais cedo da cama para ir à padaria. Durante a semana, esse ritual para mim estaria fora de questão porque como alternativa congelo o pão.

Nisso é bom ter uma máquina que dá para programar. Mas deixemo-nos de lirismos, o pão não tem nada a ver com um bom pão de padaria. Atenção que não estou a falar de alguns tipos de pães industriais.

Onde é que uma mfp faz um bom pão saloio, um bom pão alentejano, um bom pão de mafra, etc...?

Pois, não faz, nem pode fazê-lo!

Se experimentarem fazer a mesma receita de pão duas vezes, uma para cozer no forno e outra para cozer na mfp, vejam bem as diferenças.

E bem vistas as coisas, é tudo farinha do mesmo saco!

Não é só o formato do pão que é diferente. O sabor, a textura do miolo, a côdea e até o cheiro, imaginem só, não têm nada a ver.

O modo como o pão leveda no processo de cozedura, num forno e confinado a uma cuba, é necessariamente diferente.

Além de tudo o que já disse sobre o pão feito na mfp, desengane-se aquele que acha que o formato de pão-de-forma é óptimo para fazer sandochas. É do mais mal jeitoso que há.

Não podemos cortar o pão em fatias muito finas, sob pena de vermos desmoronar em pedaços cada fatia à nossa frente.

E cada fatia de tão larga que é, torna-se muito desengonçada para casar com outra igual.

Cá em casa quando quero fazer sandes com o pão da mfp, vejo-me obrigada a cortar cada fatia ao meio e sobrepor as metades. Só assim!

E pronto, com este post acrescento mais um testemunho no mundo da blogosfera sobre a minha relação com a máquina de fazer pão, mais conhecida por mfp.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Tal como as donas de casa e seus electrodomésticos...


É com algum interesse que gosto de responder em blogs e fóruns (quando está ao meu alcance poder dar a minha opinião), e também de perguntar sobre, por exemplo, a compra de um novo electrodoméstico lá para casa.

Ainda sem certezas da compra que tenciona fazer, a pessoa tenta recolher toda a informação possível, para que o seu investimento seja maximamente rentabilizado e tudo menos precipitado.

Mas cada vez mais, considero curiosas a maior parte das respostas de possível ajuda.

Quando há demasiadas respostas uníssonas, eu desconfio. Desconfio da veracidade da plena satisfação de tanta gente. Da total fiabilidade da coisa. Da melhor escolha que foi terem feito aquela compra. Sem uma única vez falarem dos senãos. Pronto, desconfio!

As donas de casa são lixadas! Muitas vão até às últimas consequências para justificar cada cêntimo que deram pela sua nova coqueluche.

De certo que haverá casos de sincera satisfação. Mas quase sempre, acho que muitas das respostas, tão francamente positivas, traduzem algum exagero e raramente ajudam grande coisa.

Porque tudo começa para uma dona de casa da seguinte maneira...

Na fase de aquisição do seu "objecto de desejo", esta atravessa o período de enamoramento, cuja duração é variável consoante a pessoa em causa.

Cheia de expectativas, avança, experimenta, na tentativa de conhecer o "outro". Querendo a todo o custo que a relação dê certo.

Nesta fase tem o coração cheio de esperanças.

Óbvio que o factor investimento pesa enormemente no seu envolvimento emocional.

Espera ser "retribuída", "amada". Dar a conhecer ao mundo este novo amor. Quer que a relação resulte. Batalha até ao fim. Dá tudo por tudo!

Mas nem sempre a relação é aquilo que prometia vir a ser.

E é com dificuldade, quando isto acontece, que assume que o "outro" afinal tem defeitos incontornáveis. E mais difícil ainda, é assumir uma possível derrota, uma desilusão, o fracasso da relação.

O seu esforço financeiro e, consequente, investimento monetário, é, quase sempre, proporcionalmente inverso ao seu descernimento, ao seu sentido crítico, à sua avaliação objectiva.

E quantas vezes não perde o sentido de realidade.

Por isso, dificilmente encontramos uma dona de casa que nos diga, em última instância, que não fez um tão bom investimento assim, quando comprou o artigo x ou y.

Porquê?

Porque invariavelmente as pessoas não assumem os enganos, as más opções. E com isto já não estou a falar de donas de casa e o electrodoméstico pode ser substituído por qualquer outro bem ou escolha que se faça.

Como se assumir erros fosse motivo de fracasso pessoal. Como se estivessem impedidas disso, porque não se permitem a si próprias enganarem-se. Porque um beliscão desses, daria origem a uma valente nódoa-negra no seu orgulho. Como se isso as colocasse a "nú" perante os outros.

E é interessante chegar a estas constatações naquelas pequenas coisas, como as relações entre muitas donas de casas e os seus electrodomésticos. Relações que à partida não teriam substância para análises existenciais sobre a natureza humana em geral.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Brócolos

Ontem o jantar foi peixe-espada grelhado com batatinhas cozidas e verduras a acompanhar.

Tinha uns brócolos no frigorífico. Não podiam esperar mais para serem cozinhados. Era desta que tinham de ser comidos. Um ou dois dias mais, e teria brócolos amarelados.

Por vezes quando tenho uma quantidade significativa de verduras de cozedura, primeiro cozo-as e depois guardo-as no frigorífico. Vou utilizando conforme vou precisando. Uso muito em salteados isolados, ou em conjunto com outras verduras.

Normalmente conservo as verduras cozinhadas nas caixas herméticas com vácuo. Faço-as durar muito mais tempo e em perfeitas condições de consumo.

Esta é uma boa estratégia para não deitar vegetais fora, pois antes, não raras vezes, quando me lembrava de ir buscar aquele feijão verde, aquela couve, etc... estavam amarelados e iam para o lixo.

Assim arranjei uma solução fácil de pôr cobro a situações de desperdício.

Mas voltando aos brócolos...

O P. não é fã. Não é verdura que goste muito. Quando tem de ser come só um bocadinho, naquela de dizer que comeu.

Ontem decidi fazer, pela primeira vez, brócolos panados a acompanhar o peixe-espada. Uma nova variação para ver se ele gostava mais.

Primeiro, quando os viu, achou a ideia estranha.

Eu não disse nada. Iniciámos o jantar e fomos conversando sobre como nos tinha corrido o dia, de como lhe tinha corrido a viagem, etc...

E, finalmente, ele diz o que eu estava à espera de ouvir: "Os brócolos estão muito bons e saborosos!".

Aleluia! Ele disse-o! :)

É que eu estava a achar os brócolos maravilhosos. Espectacularmente deliciosos! Mas eu gosto de brócolos. E queria saber a opinião dele, sem condicionamentos da minha parte!

É certo que esta não é a forma mais saudável de comer os brócolos, mas é uma maneira diferente que pode cativar quem torce o nariz às verduras cozinhadas. E entre comer, com uma ligeira fritura pelo meio, a não comer, é preferível a primeira.

E quem diz brócolos, diz outra verdura qualquer. Olhem os famosos peixinhos da horta, feitos com o feijão verde?!

Eu gostei imenso da experiência e vou repeti-la muitas vezes.

Hei-de experimentar também a versão "cocktail de brócolos". Como entrada, com um molhinho de maionese e ervas para "chapinhar" :)

Segue a receita de "Brócolos Panados"


Ingredientes:
- Brócolos
- 1 ou 2 ovos
- farinha q.b.
- azeite q.b.
- sal q.b.
- alho em pó q.b.
- pimenta q.b.
- manjericão seco q.b.

Preparação:

1) Lavar e cortar os brócolos em hastes pequenas.

2) Levar a cozer em água temperada com sal durante 15/20 minutos.

3) Escorrer os brócolos e colocá-los sobre papel absorvente para retirar o excedente de água.

4) À parte num prato fundo bater os ovos e juntar um pouco de farinha (a mistura deve ficar bem fluída). Temperar com bastante alho em pó, manjericão seco e um pouco de pimenta.


5) Levar ao lume uma frigideira com um pouco de azeite (eu usei a wok por ser mais funda e evitar salpicos, precisar de usar menos gordura e acabar por ser mais rápido).

6) Quando o azeite estiver quente, mergulhar cada uma das hastes na mistura anterior e pôr a fritar.

7) Depois de fritos, de ambos os lados, retirar e deixar escorrer o excesso de gordura sobre papel absorvente.
Bom apetite :)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Histórias infantis na minha cozinha?

Tenho quatro cactos pequenos na estante (adenda: escaparate) da minha cozinha.

Ao tempo que já os tenho.

São totalmente auto-suficientes. Eu não lhes faço manutenção praticamente nenhuma.

Quando o rei faz anos, ponho-lhes umas gotinhas de água. Isto acontece talvez 2 vezes no ano.

Entretanto, um deles deu para crescer na ponta que nem um doido. Não sei onde vai parar por este andar.

Não preciso de apontar para dizer quem é, pois não?

Mas se dúvidas houver, hei-lo!

Os irmãos já olham de revés para ele. Acham-no rídiculo. Gozam-no a todo o instante.

Este meu cacto passou a ser o Patinho Feio da família :)

Eu também acho que ele está assim um tanto ou quanto para o esquisitóide. Será que o miúdo está com problemas no crescimento? Imaginem que só vos crescia as pernas ou os braços e tudo o resto se mantinha... no mínimo estranho não?

Terei eu uma um cacto mutante cá em casa? Uma espécie cruzada de cacto com outro ser vivo qualquer?

Será que está com problemas de identidade? De definição de espécie?

Sempre que olho para ele, só me vem à lembrança aquela história infantil do João e o Pé de Feijão. O meu cacto só me faz lembrar um feijoeiro :P

Qualquer dia, sou eu a trepar por ele acima.

E tal como na história do João, não me importava mesmo nada de subir e voltar a descer com a galinha dos ovos de ouro :)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Vai uma dentada?

Andava com vontade de criar um apontamento qualquer para o armário despenseiro da cozinha.

Digamos que estava a precisar de cortar um pouco aquela “cinzentice” toda!

E em cozinha minha gosto de fofurices e companhia. Sou assim e não há nada a fazer!

Como já havia uma galinha e um ovo estrelado por baixo das prateleiras, não quis entrar em repetições.

A culpa foi do “novo” tapete da secretária. Não só me virei para a fruta, mas novamente para as maçãs.

Agarrei numa folha de papel e desenhei a silhueta de uma maçã. Ajeita daqui, corrige dali, ficou praticamente simétrica.

Deu-me para ir pelo caminho mais sinuoso e, quando me lembrei, não me apeteceu voltar atrás.

Mas uma técnica simples e eficaz para garantir simetrias, consiste em dobrar a folha de papel ao meio e desenhar a metade do desenho. Quando recortamos, temos a outra metade exactamente igual.

A partir do molde da primeira, fiz uma segunda.

Mas a minha intenção não era ficar com uma maçã inteira. Eu queria uma maçã cortada ao meio.

Seguindo os contornos exteriores de uma terceira silhueta, desenhei por dentro uma cópia mais pequena e recortei.

O processo seguinte foi simples.

Dividi aquele que viria a ser o interior da maçã com uns alinhavos miudinhos a branco. Criei um género de núcleo central onde ficam as sementes. No fim, fiz uns pontinhos com linha preta para criar o efeito de caroços.

Tinha o interior da maçã prontinho!

Passo seguinte. Fixá-lo à casca com o ponto caseado. Aprendi a fazer este ponto há 1 ano no youtube (ver aqui).

Bem sei que nestes trabalhos a linha ideal é a dos bordados, mas eu costumo usar muitas vezes linha de costura dobrada ao meio. Pode até não ficar tão perfeito, mas esta pequena aldrabice não me tem deixado ficar mal.

Para tornar a maçã mais autêntica, faltava-lhe uma folhinha. Como o feltro verde que tinha era demasiado garrido, acabei por optar pelo castanho.

Entre colar e coser a folha à maçã, pareceu-me que a segunda opção era melhor. Sendo esse o caminho a seguir, lembrei-me de fazer um 2 em 1.

Escolhi um tom verde para a linha e ao mesmo tempo que pregava a folha à maçã, desenhava-lhe veios.

Tentei também não “chapar” a folha na maçã, mas franzir um pouco e dar-lhe assim um aspecto mais natural.

A minha maçã estava quase pronta, só faltava coser a frente ao verso, repetindo de novo o ponto caseado.

Já perto do fim, enchi a minha maçã de algodão para ganhar volume. E nessa altura lembrei-me de acrescentar um pequeno pedúnculo :)

Mais uns pontos e estava na altura de colocar a pega.

Para a pega, peguei num pedaço de fio de cozinha, juntei as pontas e selei-as com um nó. Com jeitinho, inseri no orifício que deixei vago e rematei.

Maçã prontinha! :)

Este foi o lugar que já tinha pensado para ela

E não é que a marota gostou?

Eu também gostei que ficasse ali a dar mais cor ao despenseiro

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Não gosto de ti! Já gosto de ti!

No ano passado vieram ter cá a casa dois calendários publicitários de secretária. Feitos num plástico semi-rigído, eram iguaizinhos sem tirar nem pôr.

Não deviam nadinha à beleza. Mas davam jeito e eram práticos para aqueles pequeninos trabalhos que implicam proteger o tampo da secretária de riscos, colas, tintas, etc...

Antes de iniciar as minhas pequenas tarefas, lá ia eu buscar o meu calendário. No fim, antes de voltar a arrumá-lo, passava-lhe com uma esponja e um pouco de detergente e deixava-o novo em folha.

Há uns meses atrás mandámos fazer um tampo em vidro para a mesa do escritório.

A ideia surgiu depois de ter encontrado um mapa-mundo a imitar as antigas cartas naúticas. Custou-me 1 euro. Fiquei mesmo contente com o meu achado :)

Inicialmente pensei colocar o mapa na parede, mas depois achei que ficaria engraçado emoldurado na secretária. Por unanimidade esta última ideia vingou :)

Já com o tampo em vidro, o ritual do uso do calendário continuou a repetir-se.

Mas confesso que estive sempre vai não vai para atirar este e o outro calendário para o lixo.

É que, de todas as vezes que o ia buscar, olhava-o de lado e com desdém.

Entretanto, o ano de 2010 ficou para trás. Apesar de nunca ter precisado do dito calendário para me situar na ordem do tempo, encontrava ali mais uma razão para o deitar fora. Qualquer pretexto era legítimo para me livrar de pesos na consciência.

Mas pensado bem, se o deitasse fora teria de arranjar outra coisa qualquer para lhe fazer as vezes.

Sem precipitações, e antes que fosse tarde demais, resolvi dar-lhe uma oportunidade.

Peguei num resto de papel-autocolante amarelo e mudei-lhe aquela cara pouco simpática.

Aproveitando outro pedaço de papel-autocolante, desenhei a olho a silhueta de uma maçã e colei-a num dos cantos.

Os dois papéis são restos que sobraram das frentes da cómoda-escrivaninha (ver aqui).

Em poucos minutos, fiz um calendário de mesa sem graça nenhuma ganhar novo estatuto.

Agora sim, já consigo chamá-lo de tapete de secretária, com o mérito que lhe é devido!

Como o papel é lavável, posso continuar a executar pequenos trabalhos, limpar com uma esponja e detergente e voltar a tê-lo impecável.

E com uma carinha nova e muito mais laroca até fico mais motivada nos trabalhinhos de casa :)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

19 dias depois

Ao fim destes dias todos, venho dar notícias dos meus morangueiros.

Nos dias de mais frio, mantive as "estufas", tal como já aqui tinha mostrado. Mas depois o tempo melhorou, o sol começou a espreitar e eu decidi retirá-las.

Não sei se fiz bem, se fiz mal. Porque o tempo veio a piorar muito esta semana.
Certo é que o morangueiro mais à direita morreu (mas ele já na estufa estava definhado), e o que está mais à esquerda também não está com ar de boa saúde. Tenho mesmo pena, porque andava tão bonito! Não tinha flor, mas estava todo verdinho. Agora apresenta as pontas das folhas todas queimadas :(

Só o do meio é que continua viçoso e a dar o ar da sua graça. Mais uma prova que no meio é que está a virtude :)

Hoje, ao fim de não sei quantos dias sem ir à varanda, porque tenho chegado tarde e más horas a casa, e porque os dias de invernia também não têm ajudado, consegui ir cuscar as minhas plantinhas.

E descubro que já tenho dois moranguinhos vermelhinhos e radiantes no vaso e ainda um terceiro a querer ganhar cor.


Acho que será neste fim-de-semana que vou provar os primeiros morango cá de casa :)

Ou então, melhor ainda, vou cortar os dois em pedacinhos minúsculos e encher uma tacinha miniatura.

Sou capaz de me vir a sentir uma autêntica Gulliver em terras de Lilliput, mas só assim posso apanhar uma barrigada com estes dois super-morangos :) :) :)


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Coisas que me deixam mesmo feliz...


Se há coisa que me deixa mesmo feliz é quando encontro um blog e, esse blog, dá vontade de ficar do fim até ao princípio.

O problema é quando já existe um valente diário de bordo. O(a) autor(a) sem saber arranja-me um problema daqueles. Porque eu não descanso enquanto não chego àquele miraculoso post do nascimento.

Chega muitas vezes a ser um trabalho de parto de dias com algumas dores à mistura (os pesos na consciência por deixar coisas para trás não se fazem esperar), mas o prazer que dá a sua leitura e descoberta compensa qualquer má disposição.

Obrigada por existirem lugares assim... que nos deixam o coração mais cheio de pequenos nadas :)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Com amor...

inspiração

Um dia ele cantou aquilo que eu hoje sinto...

"Os dias sem ti são todos iguais, são estrelas sem brilho, são dias a mais" (João Aguardela - Sitiados).

E ainda é só segunda-feira...

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O quadro das riscas

Era uma vez um quadro de cortiça da Disney.

Outrora, naquele quarto de criança, foi motivo de muitas alegrias. Mas um dia tudo mudou...

Nesse dia, o menino deixou de gostar do quadro... tinha crescido e o amiguinho de tempos idos passou a ser demasiado infantil.

Estou capaz de jurar que foi pertença de um menino. Acho que só um menino escreveria no quadro um SLB garrafal e definitivo a caneta de feltro. Os padrões de comportamento têm destas coisas. Criam-nos ideias pré-feitas :P

O entusiasmo inicial apagou-se e o quadro teve como destino o lixo. Foi encostado ao contentor da rua.

O meu pai, homem atento ao desperdício dos outros, reparou no quadro.

Apesar de não saber o que fazer com ele, e ter um coração verde (leia-se, ser sportinguista), não hesitou em trazê-lo para casa :P

Mostrou-me o seu achado e eu perguntei se podia ficar com ele. Deu-mo de imediato.

Eu não tinha nenhum quadro de cortiça em casa, e o P. já tinha falado em comprarmos um. Achei que este daria muito bem conta dos nossos recados e lembretes.

Já passaram mais de 5 meses e o quadro apenas mudou de encosto. Tem estado atrás da porta do escritório, no chão, à espera de uma solução.

A solução tardou mas chegou.

Finalmente peguei no quadro e decidi pôr um ponto final na inutilidade dos seus dias.

O P. mostrou-se logo disponível para ajudar e fez o trabalho de retirar a moldura.

Para facilitar o processo, encaixou a ponta da chave de fendas numa das laterais, deu um toquezinho com o martelo no cabo e os grampos interiores, que fazem a união dos cantos, cederam à pressão.

Depois, peguei no tecido e cortei-o mais ou menos à medida da cortiça, deixando ainda alguns centímetros de sobra.

Entretanto, cortei os cantos para o tecido poder dobrar sobre a cortiça e não haver tecido sobreposto.

Inicialmente pensei fazer uma pintura opaca, mas depois deixei a moldura com uma pintura mais fluida, mais tosca.

Ao mesmo tempo que pintava, fui passando com o dedo indicador pelas arestas e retirando tinta. Gostei do efeito.

Deixei secar e com a ajuda do P., voltámos a encaixar tudo outra vez.

Prontinho e com ar de barraquinha de praia :)

Foi bastante compensador este trabalho.

Conseguimos reciclar um quadro que já ninguém queria, transformá-lo num quadro simples de recados, mas totalmente personalizado ao nosso gosto e a baixo custo.

Com um pouco de imaginação voltou novamente a alegrar os dias de alguém :)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Jogo de sombras

O último post trouxe-me à lembrança aquele pequeno napperon que às vezes costumo usar no cestinho do pão.

A imagem do abatjour com as rosáceas não me saiu da cabeça. E a vontade de fazer umas experiências no candeeiro de pé alto da sala começou a falar mais alto.

Quando decidi aproveitar o pé do candeeiro da outra casa para esta, mandei fazer um abatjour liso, com o interior transparente, e o exterior forrado a linho cru.

Mais do que um elemento decorativo, queria um candeeiro que encaixasse em qualquer tipo de decoração e que realmente desse luz. Por isso, quanto mais simples e claro fosse, melhor.

Sempre senti que fiz uma escolha acertada, mas confesso que de repente apeteceu-me oferecer-lhe aquele toque de diferença, sem que tal implicasse comprometer o seu lado mais funcional de candeeiro.

Foi assim que peguei no dito napperon e tentei ver como ficaria se este passasse a fazer parte do abatjour. Gostei bastante de ver!

Mas o problema era como fixá-lo. A forma que me pareceu mais certeira, seria colá-lo.

Se fosse um abatjour baratuxo, nem pensaria duas vezes, mas com um abatjour que me ficou ainda bastante carote, a coisa já não era bem assim...

No dia em que quisesse voltar ao que ele era, teria o abatjour estragado :(

Não satisfeita com a ideia de ter de desistir tão facilmente, comecei a ponderar outras alternativas.

Até que me ocorreu fixar o napperon não do lado de fora, mas do lado de dentro. Assim não havia qualquer problema :)!

O interior da superfície do abatjour é feito num material semi-rígido e transparente. Usando cola de madeira, logo que secasse nem se notaria nada. E foi isso que acabei por fazer.

Peguei no boião de cola de madeira, verti a quantidade que me pareceu suficiente num recipiente à parte e adicionei um pouco de água, para tornar a cola mais fluida. Depois, com uma trincha pequena, espalhei na zona onde ficaria o napperon. Deixei secar e voltei a colocar o abatjour no sítio dele.

Mas agora vocês perguntam: "Então a ideia não era mostrar o napperon? Assim fica escondido!"

E a resposta é esta: "Sim, é verdade! Em parte fica escondido, mas só com a luz apagada! Com a luz acessa vejam só o efeito de sombra!".


Fiquei muito contente com o resultado e, melhor, consegui convencer o P. que, ao apanhar-me nas experiências iniciais, começou por torcer o nariz: "O quê? Vais colocar um napperon no candeeiro? Mas está tão bem assim... isso não se torna um bocado cansativo?".

Talvez até tivesse alguma razão... Afinal, o sofá está de frente para o candeeiro e, inevitavelmente, os olhos giram dentro do espaço que a vista consegue alcançar.

Mas esta solução conseguiu deixar ambos muito satisfeitos :)

Beijinhos e um óptimo início de semana.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Rosáceas de crochê

Estão a ver aqueles pequenos napperons de crochê em formato rosácea?

Confesso que nunca fui grande apreciadora de napperons decorativos. Gosto mais de ver os móveis despidos desses adereços. Ou, pelo menos, não sou grande apreciadora daquele uso mais tradicional em que fui habituada a vê-los na casa dos meus pais, tias, avós...

Mas aprecio e valorizo muito o trabalho de renda e gosto muito de ver, por exemplo, a mistura de renda com linho em alguns trabalhos como lençóis, toalhas, colchas, cortinados... Ficam um miminho.

Tenho a sorte de gostar muito de todas as poucas peças que tenho em crochê, excepção feita a um ou dois napperons, tipo caminho. Ainda não aprendi a gostar deles ao ponto de os querer usar cá em casa. Mas um dia hei-de desencantar alguma ideia interessante que me devolva essa vontade.

As restantes peças uso-as com o maior sorriso e orgulho. Além de lindas, está ali o trabalho de pessoas que me dizem muito e que merecem todo o meu apreço e estima.

Mas vejam só alguns exemplos de reciclagem utilizando os tais napperons-rosácea, que andavam perdidos sabe-se lá onde...

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Nesta primeira imagem, alguns napperons soltos deram origem a um abatjour diferente

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Aqui a ideia foi decorar um abatjour simples e torná-lo muito mais bonito e romântico

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Já nesta imagem, aproveitaram-se os ditos napperons para personalizar um sofá ou, quem sabe, remendá-lo com estilo

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Nesta imagem e na próxima, a junção de napperons resultou em originais caminhos de mesa.

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Para estes caminhos podem-se até misturar napperons de várias cores que fica muito bonito.

Não me importava de ter um caminho assim na minha mesa de sala. Aliás, até gostava muito!

Da próxima vez que estiver com a minha mãe já lhe vou perguntar se tem alguns guardados, neste estilo.

Confesso que depois de ver estas imagens e ver o passo-a-passo aqui, fiquei com vontade de montar um puzzle :P

Puxando pela imaginação podemos dar mil e um usos aos napperons que vagueiam lá por casa.

A criatividade vai até onde nós formos capazes de sonhar...

Beijinhos e bom fim-de-semana.